segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quase por querer


O amadurecimento diário que nos permitimos ter ostodos dias começa a mudar os "quase sem querer" para quase de propósito...
"Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Sou tão tranqüilo e tão contente.
Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito;
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você."

domingo, 17 de julho de 2011

Metade

Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Jovem acerta 100% após o tratamento

Grupo de estudiosos da UFMG atende pessoas e investiga as raízes genéticas da discalculia

11 de julho de 2011 | 0h 00

Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo
Na semana passada, Jessica Silva, de 14 anos, foi à sua última sessão de acompanhamento com a psicóloga Annelise Júlio, do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND) da UFMG. Faria um conjunto de exercícios de matemática para avaliar a efetividade das intervenções. Annelise fez questão de tranquilizá-la: "Calma, você consegue."
Washington Alves/Light Press
Washington Alves/Light Press
Cálculo. Jéssica (esq.) foi bem em teste após a ajuda de Annelise, que estuda o problema
De fato, a garota acertou tudo. Como esperado de alguém com um quociente intelectual igual a 120, valor que não deixa dúvidas sobre a inteligência de Jessica. Quando começaram as intervenções, no entanto, seu rendimento estava bem abaixo do de uma adolescente da sua idade.
Ela tem transtorno de ansiedade matemática. Diante de números e contas, sofre um bloqueio que impede qualquer avanço. Como a discalculia do desenvolvimento, o transtorno dificulta muito o aprendizado.
A unidade da UFMG que auxiliou Jessica pretende identificar as raízes genéticas da discalculia. Estudos já encontraram a causa da doença no mau funcionamento de determinados circuitos cerebrais - especialmente no sulco intraparietal.
O consumo de álcool na gravidez ou o parto prematuro podem explicar os erros no desenvolvimento neuronal que causam a discalculia do desenvolvimento. Contudo, fatores hereditários permanecem como a principal causa do transtorno. Algumas síndromes genéticas bem definidas, como a síndrome de Turner, são classicamente associadas a um baixo desempenho matemático.
"Mas, na maioria dos casos, a discalculia é uma herança relacionada a vários genes e associada a fatores ambientais", explica Vitor Haase, do LND. Ele coordena o projeto que busca as raízes genéticas da discalculia.
Com a permissão de escolas e pais, o grupo de pesquisa de Haase aplica testes em crianças e adolescentes para identificar quem tem dificuldade em matemática, apesar de não apresentar deficiência intelectual ou problemas sensoriais e motores.
Os pais das crianças que tiveram baixo desempenho são convidados a conhecer o projeto. Se quiserem, podem autorizar a realização de um exame neuropsicológico e a coleta de DNA dos filhos - obtido da saliva. Recebem, em troca, um relatório e sessões de aconselhamento.
Com o auxílio da pesquisadora Maria Raquel Santos Carvalho, do Laboratório de Genética Humana e Médica da UFMG, Haase investiga o DNA em busca de mutações. Olha principalmente para cromossomos relacionados a outras síndromes associadas ao baixo desempenho em matemática.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

On the other side

I just can't wait til my 10 year reunion
I'm gonna bust down the double doors
And when I stand on these tables before you
You will know what all this time was for

sexta-feira, 20 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem


                                                               Cecília Meireles

Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem
e que amanhã recomeçarei a aprender.
Todos os dias desfaleço e desfaço-me em cinzas efêmera:
todos os dias reconstruo minhas edificações, em sonho eternas.
Esta frágil escola que somos, levanto-a com paciência
dos alicerces às torres, sabendo que é trabalho sem termo.
E do alto avisto os que folgam e assaltam, donos de risos e pedras.
Cada um de nós tem sua verdade, pela qual deve morrer.
De um lugar que não se alcança, e que é, no entanto, claro,
minha verdade, sem troca, sem equivalência nem desengano
permanece constante, obrigatória, livre:
enquanto aprendo, desaprendo e torno a reaprender.

domingo, 17 de abril de 2011

Gravity wants to bring me down


Gravity is working against me
And gravity wants to bring me down
Oh, I'll never know what makes this man
With all the love that his heart can stand
Dream of ways to throw it all away

Oh, gravity is working against me
And gravity wants to bring me down
Oh, twice as much ain't twice as good
And can't sustain like a one half could
It's wanting more that's gonna send me to my knees

Oh, gravity stay the hell away from me
Oh, gravity has taken better men than me
How can that be?

Just keep me where the light is
C'mon keep me where, keep me where the light is

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Promessa

Túnel do Tempo
Este cheiro de naftalina é até bom para aliviar o cheiro de motor fundido que vem da minha cabeça...

domingo, 10 de abril de 2011

Diário de Bordo

Eu não sei o que fazer de mim; então, hoje eu quis morrer. Mas só um pouquinho. Por algumas horas. Na verdade, quero todos os dias, mas acabo permanecendo viva. Para meu desespero, eu existo.

E tudo á minha volta me lembra essa existência: meus sapatos, as roupas que usei ontem e agora estão dobradas em cima da cadeira, os livros organizados na estante, a lista de tudo o que não fiz [e nem vou fazer] pregada na porta da geladeira. E ele, o espelho. Que fique claro, eu não sou a imagem do espelho.
Ela aparece pronta a cada vez que me aproximo dele.

Isso está errado. Quando eu olhar no espelho, leia-se: em construção.

E queria me encontrar assim, no susto, virando a esquina e dando de cara comigo:
- oi!

Lieli Loures

quinta-feira, 31 de março de 2011

UMA história de Maria

Maria, na flor da idade, cometeu o pior dos crimes, aquele impronunciável. Por sua sorte (ou não) seu crime não foi descoberto, mas Maria sabia que era culpada, que precisava pagar pelo que fez.
Resolveu se prender, se trancar dentro de sua própria casa e esconder a chave. Dois dias depois, ao passar pela escada, tropeçou e rolou escada abaixo desmaiada.
Ao acordar não se lembrava de nada, quis ir ao médico, mas a porta estava trancada. "-Porque? Quem trancou? Será que ninguém me escuta?" - gritava Maria. "-O que vou comer, beber? E as minhas necessidades?!!?"
Ansiedade, medo, apatia, tristeza...
Maria luta, grita, bate na porta...Tudo em vão. Desistindo de tentar vai se deitar no sofá. 
"-O que é aquilo? Que porta é aquela? Não me lembro aquele cômodo!" Maria enxugou as lágrimas e foi até o desconhecido. Ao abrir se deparou com muita comida, bebida, tudo que gostava e precisava para viver bem o resto da vida.
Porém após a euforia inicial veio uma tristeza na moça: "-Para que ter isso se não conseguirei desfrutar de tudo? Não tem graça aproveitar sozinha". Neste momento passa uma corrente de ar que provoca um pequeno barulho metálico no canto daquele cômodo recém descoberto, que chama atenção de Maria.
O barulho era uma chave velha e enferrujada que acabara de ser derrubada no chão. Como num passe de mágica a nuvem preta se esvai da cabeça de Maria: "- Não posso sair. Sou culpada..."
Como réu consciente precisava permanecer presa em sua própria casa, entretanto com a chave nas mãos poderia deixar a porta aberta. 
Maria não pode sair, mas agora está pronta para receber alguém e poder oferecer o que tem de melhor em casa.

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à "corrente de ar" que passou...

ps.: de onde surgiu esta influência psicanaltíca? preciso parar de conversar com o André (#ounão) rsrs

sábado, 26 de março de 2011

Break for relax

Musiquinha do momento...
Início de semestre meio "torn"
Adoro a cara da platéia deste video, só as mulheres cantando (lê-se sofrendo)...
Gosto de pagode mesmoooo, ainda mais um de qualidade!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Réu consciente

Descobri que para ser livre preciso me prender a um monte de coisas.
Mas tudo bem,
Antes um réu consciente
Que um medroso inocente!


Annelise Júlio

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
(Cecília Meireles)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Este gene mulherzinha

Quando minha mãe e eu estamos de férias em casa uma programação é certa: filminho à tarde. Ontem escolhemos duas comédias românticas, gênero também conhecido como filmes de mulher, porque não queríamos “pensar”; queríamos um momento de diversão. Contraditoriamente o pior deles me levou a uma reflexão. Tratava-se do longa-metragem “Jogando com prazer” – não recomendo – com o Ashton Kutcher que interpreta um garotão no auge do vigor físico, o qual a principal atividade é viver à custa de mulheres ricas. Elas ficam com o sexo e ele com o dinheiro.

B-E-L-E-E-E-E-Z-A, é um acordo mutuo. A mulher poderosa, tem O emprego, A casa, O carro e O homem que, citando Maroon5, try his “best to feed her appetite, keep her coming every night”¹. O cara por sua vez, compra (e faz) o que quer e ainda tem momentos de folga, enquanto a Poderosa trabalha, para convidar outras garotas para “virem”² com ele também.

Novamente: B-E-L-E-E-E-E-Z-A; tudo indo bem até que o gene mulherzinha resolver se manifestar: a mulher independente, imponente, gostosa e mais uns blá blá blás que nos denominamos para reforçar a autoestima (você, mulher, não diga que não faz isso), simplesmente “resolve” sentir ciúme e bancar a possesiva. Aí eu te pergunto: o que aconteceu? O óbvio, claro! O bonitão fugiu; e não ficaria nem por todo dinheiro do mundo.

Neste momento veio a minha cabeça (pela 1000º vez) o pensamento: de que adianta esta “revolução feminina” (viva Dilma presidenta! rsrs), se do gene mulherzinha não nos libertamos!? Como minha mãe estava na sala comigo, só pensei uma meia dúzia de palavrão e interiorizei: “não seja mulherzinha, repita comigo de novo NÃO-seja-muherzinha!”.

(...)

Voltando... O filme mostra, assim, a Poderosa com o dinheiro, poder e SOZINHA! Na realidade vejo que o problema é mais embaixo: ela se sente sozinha (estrogênio detect!). Se fosse um cara estaria aproveitando a vida e isso não significa só sair com outras garotas, mas sim indo ao supermercado sem ninguém aborrecer, assistindo futebol sem escutar comentários, não arrumando a cozinha, enfim fazendo o que quer, sem pensar, refletir ou precisar de um “tempo para eles”.

Mas é aí que ocorre uma reviravolta e o garotão passa de caçador a caça, ao ser enganado por uma bonitona que tem o mesmo propósito de vida que ele. Por se tratar de um filme é evidente que os dois bandidos (usei este termo porque (in)felizmente ainda vivemos no mundo de José de Alencar) se apaixonaram. Contudo a garota depois de dizer que amava o Ashton (e quem não ama?) resolve abandoná-lo sabendo do [não]futuro provável dos dois. Não vejo esta personagem como um ser mutante que nasceu sem o tal gene, mas sim uma corajosa mulher (ou não) que conseguiu ignorar o genótipo e expressar um fenótipo diferente.

Enfim, a primeira mulher termina arrumando outro objeto, ops, digo outro garotão e a segunda suprime seus sentimentos e o casa com um rico...

Minha mãe disse, em tom meu revoltado, que o filme era péssimo, mas que antes o fim da primeira que da outra que renunciou o que queria. “E me diz, abriu mão a troco de quê?” – completou. Imediatamente respondi que achava exatamente o contrário e se a bonitona ficasse com o cara só ia sofrer mais. “Ai mãe, precisamos aprender a ser como os homens” – falei. Ficamos uns 10 segundos em silêncio, pois notamos que nenhuma das duas opiniões seria boa o bastante...

Cheguei então no ápice da minha reflexão: “merda, pra que tô pensando isso tudo!?!?!?” (pausa para formação de um vácuo em mim). Percebi então que toda esta discussão nada mais é que o gene mulherzinha expressando um de seus endofenótipos em mim...

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*Post para minha friend Júlia, sempre companheira dos meus "momentos pensantes " mais surreais, no entanto mais lúcidos.

¹ - tradução totalmente livre: o cara dá tudo de si para satisfazer a mulher sexualmente

² - o verbo "vir" em inglês é "to come", que na linguagem popular também pode significar gozar

domingo, 2 de janeiro de 2011

90 anos de história gloriosa


Cruzeiro, o guerreiro dos gramados
Sou cruzeirense apaixonado
E pra sempre eu vou te amar

Cruzeiro, quem conhece tua história
De conquistas e vitórias
Nunca mais te esquecerá

Cruzeiro, tua história é tão bonita
Faz parte da minha vida
Pros meus filhos vou contar.