sexta-feira, 14 de março de 2008

“Little” juventude




Vanguarda, inovação, rebeldia, ação, integração social, protestos dentre outras são palavras que consigo relacionar perfeitamente com a juventude das décadas de 60, 70 e 80 e assim revisando também a história sinto certa inveja destes jovens: queria sair gritando e protestando aos quatro cantos, não com rebeldia apenas mas no sentido de mostrar que a juventude de hoje não está morta ou escondida atrás de máquinas e status e que ainda existem jovens ativos.
Historicamente, sabe-se que os movimentos “subversivos” começavam, quase sempre, dentro das universidades que eram freqüentadas normalmente por jovens de níveis sociais mais baixos com seus 20 e poucos anos querendo sugar todo tipo conhecimento que até então era coisa restrita. Nesta busca por cada vez mais, ideais eram incorporados junto aos conhecimentos e assim estes jovens estavam dispostos a mudar o mundo, e melhor acreditavam nisto. Estes “revolucionários” já tinham encarado o mundo real dividindo seu tempo entre estudos e trabalho. A certa experiência de vida e os conhecimentos adquiridos abriram suas mentes e os direcionou no caminho da consciência coletiva .
O que acontece hoje é que as universidades (principalmente as públicas) são freqüentadas por crianças de 17,18 anos que estão acabando de sair de seus ninhos. Reconheço que esta geração é a que possui maior conhecimento sobre tudo e todos, porém eles foram absorvidos na internet, televisão e em escolas “perfeitas” que até parecem um parque de diversão os deixando apáticos e escravos do capitalismo. É claro que sempre existem aqueles mais ousados que discursam lindamente sobre a desigualdade social, mas a fome que eles conhecem é no máximo por causa de um regime ridículo para obter o corpo ideal imposto pela mídia. Sem a EXPERIÊNCIA de que adianta todos os conhecimentos?!
A sociedade e o mercado exigem sempre rapidez e eficiência e na ânsia de “fazer dinheiro” e ser “alguém”, crianças vão para faculdades atrás de diplomas e não de conhecimentos pois sabem que qualquer informação está ao alcance deles num simples click. Enfim esta é a juventude que não pensar ou refletir, porque ninguém ensinou ou por arrogância de ser inteligente e esperta e achar que conhece o mundo quando na realidade o que conhecem são as bolhas em que vivem.
Novos jovens ativos surgirão quando a sociedade começar a exigir experiência qualitativa e não quantidade. Nossas crianças precisam cair no mundo e antes de se tornarem adultos passarem por experiências reais para que se forme assim PESSOAS e não fantoches. Sei que para isto seria necessária toda uma reestruturação econômica, política e social mas eu como jovem otimista e idealista preciso acreditar que esta geração ressurgirá das cinzas porque enquanto isso a linda juventude fica na página de livro bom.

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